quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

PORTUGAL ANTES DO 25 DE ABRIL

Se recuássemos vinte anos antes do 25 de Abril de 1974, não reconheceríamos Portugal. Não havia liberdade. Existia censura, a actividade política, associativa e sindical eram quase nulas e controladas pela polícia política. Havia presos políticos, a Constituição não garantia os direitos dos cidadãos, Portugal mantinha uma guerra colonial e encontrava-se praticamente isolado da comunidade internacional.


A informação e as formas de expressão cultural eram controladas, fazia-se uma censura prévia que abrangia a imprensa, o cinema, o teatro, as artes plásticas, a música e a escrita. Não havia liberdade.


A actividade política estava condicionada, não existiam eleições livres e a única organização política e aceite era a União Nacional / Acção Popular. A oposição ao regime era perseguida pela polícia política (PIDE/DGS) e tinha de agir na clandestinidade ou refugiar-se no exílio.






Os oposicionistas, sob acusação de pensarem e agirem contra a ideologia e práticas do Estado Novo, eram presos em cadeias e centros especiais e detenção. Não havia Liberdade nem Democracia.


A Constituição não garantia o direito dos cidadãos à educação, à saúde, ao trabalho, à habitação. Não existia o direito de reunião e de livre associação. As manifestações eram proibidas.


Portugal estava envolvido na guerra colonial em Angola, na Guiné e em Moçambique, o que gerou protestos de milhares de jovens e se transformou num dos temas dominantes da oposição ao regime, com especial realce para os estudantes universitários. Não havia Liberdade nem Paz.


Hoje é difícil imaginar como era Portugal antes do 25 de Abril de 1974. Mas, se pensarmos que por exemplo, as Escolas tinham salas e recreios separados para rapazes e raparigas, que muitos livros e discos eram proibidos, que existiam nas Rádios listas de música que não se podiam passar, que não havia acesso a muitas das coisas que hoje fazem parte do nosso dia-a-dia, e que sobre todos os rapazes de 18 anos pairava o espectro da Guerra, será mais fácil compreender porque é que a mudança teve de acontecer e como Portugal se tornou diferente.

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